terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

repetidamente.

Comecei o dia procurando no google como tirar mancha de açaí da roupa, mas não importa se não sair, eu vi os seus dentes desalinhados e roxos sorrindo pra mim quando eu derrubei tudo, e era lindo, tanto que eu poderia passar a noite inteira olhando voce, e certamente tudo que estava por dentro nao mudaria, nessas horas eu agradeço por saber que voce nao lê pensamentos, assim voce nao saberia o quão repetitivo estavam as frases que me vinham a cabeça de minuto em minuto, mas dessa vez era engraçado, não mais desesperador...
O desespero passou, e tudo mais que vinha com ele, mas ainda está comigo a vontade de te ver dormir, te alcançar do meu lado quando esticasse os braços, mas olho o relógio que marca quase meia noite e lá estamos nós, terminando o nosso açaí pra eu ir pra casa, e aí me lembro de horas antes, quando eu olhei no relógio, exatamente 22:01 e eu quase nem olhava pro lado, queria sentir voce, e mais uma vez me render a toda invasão que você causa em mim.
Definitivamente, você me inspira, e isso me atormenta.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

todo carnaval tem seu fim.

Ainda que seja carnaval, e fique quase como obrigação não estar nem aí pras coisas, sorrisos por todo lado, e músicas que foram feitas pra realmente pularmos feito idiotas, ainda assim eu nao sai do abismo que é pensar e sentir...
Como eram chatos aqueles caras da mesa do lado, uma conversa em voz alta sobre shows, hardcore, bares, e nós 3 e quem mais estivesse ali ouvindo tudo, prefirimos nos esconder atrás de todas as garrafas da mesa e rir, enxergar a barata e todos os seus filhinhos no mesmo ambiente que nós, onde estamos mesmo? pelo menos a música era legal!
E pensar que no carnaval do ano passado, o meu coração explodia de tanto sentimento misturado, eu dava milhões de passos e nunca cansava, até ter encontrado e pedido com tudo que tinha em mim, pra que eu fosse o carnaval, coisa que jamais faria outra vez.
Ou a dois anos, quando escolhi passar o carnaval no frio, e ter uma história pra contar, foi incrível, o que eu faria outra vez, e além disso chegar e ler na última folha do meu caderno uma declaração de saudade e de cuidado enorme, assinado com 'Bruna Nunes', quem mais cuidaria da minha cachorrinha tão bem enquanto eu fazia uma das minhas loucuras, cada palavra era medida pra que eu sorrisse e soubesse que ela esteve ali, é claro que eu sabia..
Mas sobre pensar, eu penso como pode uma roupa tão bonita e um relógio dourado? Quem usa um relógio dourado? E ainda diz 'Eu adoro esse relógio', eu deveria gostar dele só por ser tão estranho assim, embora eu goste de estranhezas, essa nao me fez querer ficar, nao mesmo..
Continuo sem sentir nada, o que está me deixando num estado preocupante, apesar disso, tenho minhas histórias pra lembrar, o que me empolga a saber que isso nao é um estado imutável.
Eu nao gosto de carnaval, não vejo a hora de acabar.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Surpresa!

Esqueci como era me surpreender, de verdade, sem fingir sabe?
sexta-feira treze nao trás azar.
Pelo menos nao pra mim, acredite :)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

o tempo erra.

Rabisquei o lado inteiro da folha antes de começar, fiz assim pq logo que pensei sobre o que escrever, veio um tumulto de imagens se chocando no meu cérebro, como se fossem tão fortes que não precisasse de mais nada além de rabiscos, ou então foi puro pavor de rever o modo imbecil como deixei tais coisas pra trás.
Os rabiscos não vão aparecer assim que eu digitar essas palavras, mas quis começar dizendo sobre eles, talvez seja menos usual do que começar com 'Ainda me lembro..'.
Era um sorriso tão enorme, e um desleixo sem igual, toda a timidez escondida por trás de um jeito enjoativo de chamar atenção...
Por dentro de mim, era uma torcida absoluta pra que eu fosse notada entre tantas outras, confesso que naquele dia nao haviam muitas coisas que eu pudesse fazer, estava com um uniforme azul turquesa, quem encantaria alguém com azul turquesa?, restava só torcer pra que ele caísse na minha frente por conta dos cadarços desamarrados, quem sabe...
Os mesmos cadarços desamarrados do all star azul, que me esperavam enquanto eu caminhava tremendo da cabeça aos pés, o chão já não estava ao meu alcance, foi um desses beijos que a gente lembra pra vida inteira, e não era só eu que tremia, aí é que se percebe que tanta coisa acontece, mas o tempo sempre erra, ou sempre nos faz errar, talvez de propósito, talvez só pra ver até onde a gente vai...
Ele era melhor que eu, me olhava como quem dizia 'eu nao vou embora, eu nunca vou embora'
Eu nunca contei que era fraca demais pra uma coisa desse tamanho, nunca contei por saber que ele via força em mim, como quando o telefone tocou e eu ouvi um choro desesperado do outro lado, me contando e pedindo coisas que até então não sabia que alguém podia entregar a mim, talvez nao desse pra perceber a minha falta de jeito pra tanto amor.
Lembro das passagens semanais e das infinitas ligações interurbanas, as nossas mentiras preferidas de que o ônibus sempre demorava, o esconderijo atrás da piscina com chuva, o que rendeu uma gripe e um cabelo horrível na segunda-feira, eu nunca disse mas a idéia de vender a bateria e nos sustentar por um mês era realmente incrível, pq nao fizemos?
Eu era só uma adolescente que nao sabia nada, nao queria nada, e ainda assim queria mais... eu tinha toda a vida dele pra cuidar, o proteror solar pra passar, o cadarço pra amarrar, toda a bagunça da vida dele era minha, tão minha, mas eu nao podia com duas vidas, tinha o melhor nas maõs e joguei, como quem joga sua melhor coisa no lixo e se lembra depois, quando já nao existem caminhos pra voltar.
A terceira e última vez que te ouvi chorar foi quando você disse que estaria esperando, embora eu ache que voce falou com tudo que tinha dentro de voce, nao foi assim, alguém te refez de um jeito que não me agrada, ainda prefiro todo o seu desleixo e todo o jeito que você tinha pra agradecer a mminha existência, mesmo que nao passe na sua cabeça, ou passe, eu também agradecia pela sua, e mesmo que ninguem entenda, eu sei que voce sabe, que agora eu saberia, agora eu seria...
e nós sabemos, como é demorada e insuportável a espera do telefone tocar...

22 horas.

'O horário de funcionamento das lojas é até às 22:00hrs', ou seria, 'observem os olhares das vendedoras pedindo, quase implorando pra que nao entre na loja nenhum indivíduo as 21:59 de um sábado'. Se pudesse, eu colocaria uma faixa, bem enorme com essa frase.
Enquanto estamos o dia todo paradas e com um disposto sorriso, incrivelmente ninguém entra, até que o dia passa, e o momento mais esperado chega, falta um minuto pra irmos embora, faltava, entra alguém, e os sorrisos se invertem, nao sei de onde vem tamanha felicidade pra comprar uma camiseta!
Já nao basta a depressão de nao ter grandes lugares pra ir ao sair dali, ou pior, ficarmos eu e o 'Show do Tom' num sábado a noite em casa, se pelo menos passasse um filme bom, deixa pra lá!
É, ando precisando mesmo de uma inspiração...
Finalizo lembrando a todos que:
o horário de funcionamento das lojas é até as 22:00hrs
obrigada :)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

saudade.

Hoje eu sorri as 7 da manhã, e isso se repetiu pelo caminho até a estação, e dentro do trem continuou, alguns sorrisos mais durante a aula, e ainda continuo sorrindo...
Embora escrever sobre solidão seja realmente mais comovente, e esse seja mesmo o mal do século, nao sou uma tristeza ambulante pra que nao escreva sobre sorrisos, eles também acontecem comigo.
No fundo, eu sorri por esperança de haver algo novo na rotina que começou mais uma vez,nada aconteceu, a mesma multidão andando rápido, a mesma velha escada a subir, e os mesmos empurrões na disputa de um lugar no trem, continuei sorrindo..
Cheguei no mesmo lugar, passei pela mesma catraca, enxerguei enormes listas com nomes,encontrei minha sala, e subi aquelas mesmas escadas, ninguém novo, nada novo, e além disso, lembrei que nao tenho nenhum dom pra assistir aulas, acho que isso é um enorme problema, mas continuei sorrindo...
É que sorrir poucas, ou muitas vezes, não é exatamente o que queria sentir, está muito longe de ser aquela felicidade intacta que foi sentida, nem me lembro quando...
Aquele tipo de felicidade que o mundo pode cair, e voce continua sentindo, desse tipo, eu sinto saudade!
Pois é, saudade...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

guarda - chuva

Foi do tipo que sai atrasado, deixa o guarda-chuva em casa, sabendo que vai chover,e mais, sabendo que o guarda-chuva queria ter sido levado.

Enfim, nao importa, 'o guarda-chuva nao vai fazer nenhuma falta' pensou ele.

Lamentável, estou me comparando a um guarda-chuva, apesar disso, é engraçado, já que agora faz parte do contexto dizer que a história foi mesmo por água abaixo..

Eu sempre preferi te inventar ao invés de tentar te traduzir, isso sempre pareceu mais divertido pra mim,enquanto eu escutava suas reclamações sobre onde estávamos eu ia te inventando, aconteceu o mesmo enquanto eu ouvia o barulho do trem, fiz as primeiras invenções sobre voce, agora já passei dos dezesseis, já não é tão fácil..

Surpreendentemente, voce sempre escolhia a música certa, o seu cheiro era perturbador pra mim, e enquanto seus ombros se mexiam, eu acompanhava tudo com os olhos, e com uma sensação desesperadora de palavras se embaralhando na garganta, e sendo engolidas uma a uma, misturadas com a agonia de querer dizer, dizer que era onde eu queria estar;

Nós poderíamos morar na cabaninha, aquela dupla que coube nós dois, quem sabe assim nao existiriam tantas palavras transbordando nos meus pensamentos e me fazendo até errar na hora de dize-las, ou dize-las errando.

Se foi, o que nao é um bom desfecho para um ator principal, o que nao importa, já que nunca tive um 'sim'.

Colecione meus textos, esse tambem é pra voce, que foi o mais perto que eu cheguei de ter alguém nos últimos tempos, triste, eu sei.

Ainda estou...

Nunca foi o bastante encontrar frases que dissessem alguma pequena parte de como me sinto, eu queria totalidade, em cada vírgula, que eu me achasse no meio da confusão das minhas próprias palavras, que fosse eu, nao mais...
E então dizer sobre todo o vazio que sinto, e toda a solidão que me cerca, afinal, agora as palavras serão minhas, escrita com um melodrama, que por vezes, confesso gostar.
Queria ser cercada de coragem, algum tipo extraordinário de super habilidades, mas ainda estou, sem a mínima coragem e lotada de medos;
Relembrando cada ex plano que deixei em algum lugar, e por algum motivo nao voltei pra resgatá-los, perdidos no meio do caminho, sem que eu quisesse, e não há falhas na minha memória, é nitidamente estampado toda a dor de nao falhar e de poder lembrar, e sentir o cheiro de cada irreversível lembrança.
O vazio ainda está, eu ainda estou...
todas as coisas estão, de algum jeito sou empurrada pra que eu perceba que eu ainda estou..
sendo assim, ainda tem muito.. se é que me entende!