sexta-feira, 7 de novembro de 2014

como é que se espera pela chegada mais incrível da vida?

Ainda não sei seu choro, seu cheiro, seus dedos, seus medos, sei sobre seus chutes e seus passeios noturnos sempre pelo mesmo percurso, que susto! 
Agora passou.. já sei que é sua diversão, que lindo, meu menino ainda não sabe o que é solidão..
De repente, o mundo, imundo, se torna claramente um espetáculo, nesse momento da vida, tenho a sorte de ter dois corações em mim, o meu, tão entediado e transbordando confusão, e um outro, tão menor, e tão mais limpo, tão rápido e tão vivo, tão pronto pra me amar, infinitos 'tão'.. tão,tão meu..
Não estou só, nem quando estou, ontem mesmo enquanto ouvia uma música, você ouvia comigo, e acho até que gostou, enquanto leio, enquanto escrevo, enquanto creio, você passeia pelo meu silêncio, pelo seu lar apertadinho e calmo, você recebe daí o meu amor exagerado, meus palpites furados das preferências que você terá nesse mundo maluco, tento te ensinar desde já que um papel e uma caneta podem aliviar o coração de quem escreve, e alivia também o de quem lê, talvez você entenda isso e seja um poeta, embora todo poeta tenha uma pitada de melancolia, que não conte a ninguém, é lindo!
Tenha também uma pitada de humor, sendo poeta ou não, viver leve e livre é o que nos move, talvez você queira ser atleta, ser astronauta, ou ser só você por enquanto, sem saber o que quer ser, essa opção é sempre das pessoas mais legais, mas isso não posso te contar, pelo menos por enquanto...

com muito, muito amor..

mamãe 

domingo, 11 de maio de 2014

carta feliz de alguém que anda meio triste.

Querido Johnny,

Tenho lido seus soluços aos domingos, todos eles cheios de doçura, uma pitada de ironia e uma delicadeza incrível. Gostaria de dizer que os seus soluços dão vontade de viver..
Sabe, os meus dias estão assustadores, peço desculpas pela minha ausência nos últimos tempos, mas te mando essa carta para te explicar, espero que chegue logo, que te faça sentir que mesmo no silêncio, eu nunca sai daqui.
Ah! Eu não sabia ao certo como te explicar que estou em uma enorme batalha entre meu coração e meus pensamentos, os meus soluços andam presos, andam me sufocando, mas hoje decidi me livrar deles.
Queria que você soubesse que a batalha contra a nossa mente é a pior que pode existir, é pior que ressaca, é pior que os seus ataques de romance que depois você se arrepende, pensa numa coisa que foi a coisa mais difícil que você já fez, ainda assim, acho que é pior.
Não quero nunca que você passe por isso, então continue com seus olhinhos brilhando, transbordando sonhos, impacientes e esperançosos com o futuro, isso é lindo em você.. Sabia que falar de você me alivia? 
Bom, o fato é que andei sumida nesses últimos tempos justamente tentando isso, me aliviar.. tentei de tudo, meditação, silêncio, dança, amor, desamor, fiquei tão empenhada nisso, que esqueci que te escrever é um alívio.. que posso te contar qualquer coisa, que posso me sentir livre..
Espero que quando essa carta chegar até você, isso te renda sorrisos, como aqueles quando eu te conheci, falando nisso, quando eu te conheci, eu estava me sentindo com 15 anos, no máximo 17, eu estava tão feliz, e acho que é por isso que quando penso em você me sinto feliz, me lembro daquela sensação, e aí parece que o mundo não dói, que ele nem pesa, que tudo é tão leve quanto aquele dia..
Gostaria de sentir aquela sensação todos os dias, mas o mundo anda cruel Johnny, e eu ando cruel comigo mesma, querendo ter uma conversa séria com a minha mente pra que ela pare de me dominar e me deixe ser quem eu sou, caso você tenha alguma solução pra isso, me escreva de volta, caso não tenha, me escreva mesmo assim...

Com amor.

Você sabe quem.

(carta escrita ao som de The killers)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

para a paixão, com amor.

Não se desespere, imagino como se sinta em meio a tanta confusão.
O telefone não toca, a palavra não é dita, você se desmorona, e seu pobre coração
já nem se lembra mais se consegue bater sem parecer um liquidificador quebrado.
Sei bem que há algum tempo, você não está conseguindo enxergar outro sorriso senão o dele, sentir outro cheiro senão o dele, e se quer imagina que consiga se encaixar em outro abraço, não se importa com as horas, nem se olha no espelho, afinal, o que importa você sozinha?
Que me desculpe toda a sua aflição, mas você anda meio desajeitada, não diz coisa com coisa, se perde em meio aos seus discursos para impressioná-lo, e até ousa dizer meu nome.. te ouvi dizendo que isso tudo pode ser amor, mas você bem sabe que andamos em linhas paralelas que quase se encontram, eu disse quase, pois não suportaria tanta agonia em minha alma tão calma.
Te vi atravessar a cidade por um beijo dele, mas você só queria aquele minuto, por isso, não se confunda, se fosse eu, atravessaria, mas por uma vida inteira.
Ouvi suas promessas jogadas ao vento, ditas com toda a sua alma, gritadas pelas ruas de São Paulo, jurando amor, amor.. quanto amor que acabou na semana passada, por isso repito, não se confunda,
eu sou pra sempre.
Reparei nas suas unhas roídas, nas suas noites de insônia, nos seus desvios de rota, e com uma pontinha de inveja te confesso, que tais coisas, podem até ser deliciosamente vividas, e talvez eu nunca as sinta, mas preciso te aconselhar que depois de todas as coisas mais malucas, sujas e imprevisíveis que se possa sentir, sou eu quem vai te salvar, que vou te acalmar, te ensinar..
Sinta cuidadosamente (ou nem tanto) cada parte dessa loucura, deixe ir e vir, fique livre, fique louca, quando eu chegar lembre-se de tais conselhos, e me sinta também, dessa vez, não precisa de cuidados, porque eu nunca vou embora.

Com amor,

Amor.