terça-feira, 11 de junho de 2013

para o melhor (ex) namorado do mundo


Dia desses passei por um prédio com uma varanda grande e bonita, um pouco antiga, do jeito que a gente gosta, e cismei que ali é nossa casa.
Não te pedi permissão pra te incluir nessa história criada no caminho até o metrô, pois a volta que minha mente fez pra criar isso tudo não tinha sido permitida nem mesmo por mim.
Mas olhe só pra você, me esperando na varanda com um sorriso e um violão, eu subo as escadas correndo, tem algo mais lindo que te ouvir tocar The Killers no fim da tarde? 
Enquanto o mundo lá fora é o caos, nós somos paz!
O barulho dos carros, o cara com um fone de ouvido, o mendigo com seus cachorros, a criança pedindo algodão doce, tudo em pura desordem, mas o nosso mundo já está feito por aqui!
Lembra quando chegamos? Eu não quis dizer logo de cara pra não parecer exagero demais, mas era tudo que eu queria, tirando a cor da parede da sala, que depois você pintou sozinho, porque a minha distração só iria atrapalhar.
Teve uma noite que eu estava meio bêbada de sono, fui beber água e tropecei no seu skate, você acendeu a luz e riu, eu ri mais ainda, sorri da minha sorte, sorri de ter você, sorri de sermos nós e estarmos aqui.
O ar da nossa nova casa é puro amor, as paredes tem nossas cores e nossos nomes, tem aquelas fotos que você odiou tirar mas eu disse que um dia ficaria bom em algum lugar, ficaram lindas em preto e branco bem naquele cantinho junto com o ventilador azul que era da sua avó.
Aos domingos a gente acorda tarde, tem pizza de ontem pro café da manhã, tem beijo de bom dia e tem  amor que nem precisa ser dito, tem você me mostrando a nova música que aprendeu, tem eu escrevendo um texto enquanto você limpa as rodinhas do skate, tem nossas mãos se juntando a caminho do parque..
Ah, não brigue comigo, esqueci a luz do banheiro acesa.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

seu mau humor, seu amor

O vidro está embaçado pela chuva, mas aqui do 14 andar eu ouço o barulho da água caindo, e torço pra que você chegue no horário combinado. 
Eu não sei ao certo quando o beijo virou mais que isso, quando o 'bom dia' virou encontro, quando foi que você decorou minhas falas?
Foi sem perceber que a coragem me invadiu e me fez andar alguns km pra conhecer o seu lugar, e quando parei naquela rua, vi aquelas folhas caídas, vi você, parecia filme, mas não era, me senti louca, e feliz, loucamente feliz, como eu queria estar ali... 
e eu estava!
Foi sem querer, e meio de propósito que a primeira semana virou segunda, que virou terceira e poderia até virar mil semanas, se eu não sentisse demais...
Esse é o mal de quem escreve meu bem, sente mais do que deve, mais do que pode, mais até do que aguenta..
E é quando a caneta e o papel não são mais suficientes onde o mora o perigo, as palavras começam a passear pelo quarto quando estamos lá, mas só eu as enxergo, as recupero pra dentro de mim, e elas insistem em querer que eu as diga, as grite, as sussurre pra você, mas não...
Ontem em um show, uma música dizia: 'Felizes os que não sentem', não sei se concordo..
Você está feliz?
Eu penso em dar algum jeito de arrancar as camadas que você criou e conseguir tocar seu coração, ele bate tão depressa quando deito no seu peito..
Então por qual motivo ele não estaria lá de todas as formas que se pode estar?
As vezes algumas palavras tímidas escapam de você, e é tão bonito, mas eu preciso de mais...
Talvez você não saiba ser só de alguém, e talvez eu não saiba não ser..
Mas se eu me encaixo tão bem no seu abraço, eu não consigo sair pra procurar um lugar mais quentinho, afinal, eu nem acho que exista.
Quem sente demais, logo dá um jeito de parar de sentir, ou no pior dos casos, finge que não sente nada.
Talvez eu leia isso pra você, mas só depois de ouvirmos um pouco o barulho da chuva, e antes que me pergunte, esse meu jeito de te olhar quer dizer que é melhor que você vá embora e tudo pare por aqui enquanto tá bonito, quer dizer que é melhor que você fique, antes que eu morra de saudade do seu mau humor, do seu amor...

fique...


O tempo parou. Nada de relógio, vozes, passos ou música.

Não alcancei, nem enxerguei nada além de você ali, mas só ali. 

Ali não é para sempre, ali não dói, ali posso ser sua, mesmo sem ser...

Nos vestimos de nossos melhores personagens e acabamos percebendo que encenar seria uma grande bobagem. Éramos melhores sendo nós, no nosso momento.
O nosso momento começou inconsciente e em segredo, começou ser nosso quando seu abraço me pareceu território conhecido. De tão bom pareceu um daqueles lugares que a gente sente saudade sem nunca ter ido.

Segurei sua mão e fui, descobri seus sons favoritos e os cantei para você. Me senti segura no desconhecido. Minhas palavras lentas começaram a ganhar sentido depois dos seus cuidados...

Depois dos nossos segredos, olhares, sinais e respiração... me dei conta de que o  tempo não tinha parado, e o sol estava no seu rosto nos acordando sem pedir permissão. Me despedi meio sem jeito, fazendo daquilo minha próxima poesia... Até que você me disse que a despedida não seria assim, rápida e sem jeito.
E então, seis dias depois, lá estava você, lá estávamos nós, cheios de motivos para não estarmos.  

Nos abraçando com 3 braços, eu quis te confessar que momentos passam rápido, mas ficam, se é que me entende...

Os momentos são como um perfume bom passando no ar, a gente sente, sorri, segue o rastro e deixa evaporar.

Então fique essa noite, fique um pouco mais se quiser...

quase, por um triz, muito perto

Quase estou enlouquecendo com essas vozes que não são a sua.
A sua desapareceu a tanto tempo que quase nem me lembro do tom..
Como fui esquecer o som que alimentava minha alma?

Sua voz foi ficando longe e sumiu com a pior das frases: 
' Eu preciso te esquecer '
Logo eu, tão disposta a te manter intacto por todos os meus dias..
Logo você, que nunca precisa de nada..
Logo nós, tão imunes a todas essas frases clichês que ouvíamos por aí..

Quase sinto saudade..
Sabe, tipo aquela viagem que quase fizemos, e aquele lugar que quase fomos.
Fico no quase, pois o quase é por um triz, é muito perto.. 
mas não é!
O que acaba sendo um grande alívio...

Meu dia começou com as cores do seu grafite do outro lado da rua ofuscando meu olhos, suas cores pesam, me colorem, me acinzentam..

Os pés, os corações e as vidas que passam por ali todos os minutos, não sabem a importância daquele muro colorido, eu sei..

Foi feito pra mim, pelo meu 'quase pra sempre'.