domingo, 18 de julho de 2010

ah vá.


os bônus para Claro não serão mais de grande importância pela manhã, os passos rumo a nova sala continuarão com sono, dessa vez mais tristes, depois me conta como é olhar pela janela e ver o céu escuro..
boa sorte, e vou sentir saudades!

E como tudo na vida, a sala 624 ficou pra trás..

E pra acabar, uma confissão bem adolescente, rs
na foto, eu e a melhor amiga que podia encontrar naquela sala, e naquele corredor, e naquele prédio inteiro.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

relendo

14 DE DEZEMBRO DE 1979
17 HORAS
SOL EM CONJUNÇÃO COM NETUNO
E EM OPOSIÇÃO A VÊNUS

Subi numa pedra e gritei:
— Aí, Gregor, vou descobrir o tesouro que você escondeu aqui embaixo, seu milionário disfarçado.
Pulei com a pose do Tio Patinhas, bati a cabeça no chão e foi aí que ouvi a melodia: biiiiiiin.
Estava debaixo d’água, não mexia os braços nem as pernas, somente via a água barrenta e ouvia: biiiiiiin. Acabara toda a loucura, baixou o santo e me deu um estado total de lucidez:
“Estou morrendo afogado.” Mantive a calma, prendi a respiração, sabendo que ia precisar dela para boiar e agüentar até que alguém percebesse e me tirasse dali. “Calma, cara, tente pensar em alguma coisa.” Lembrei que sempre tivera curiosidade em saber como eram os cinco segundos antes da morte, aqueles em que o bandido com vinte balas no corpo suspira..."
- Queria ser igual você..
- Como?
- Não me importar com as coisas..


Silêncio.


- Você não se importa mesmo? ou só finge?
- Não sei.
Eu tenho medo do mundo, medo dos seres humanos, as vezes o mundo tá do lado oposto e eu nem o vejo, só consigo enxergar a mim, o coração pulsando em busca de alguma coisa que eu nem sei, vez ou outra eu nem me enxergo porque acho o mundo imenso demais, e quem sou eu no meio de tanto?
Ontem tive um pensamento estranho, e uma conversa séria com Deus, andei pensando que será que Ele fica bravo com a gente? de destruir tanto, e andar tão tortos assim.. pedi que por nada nesse mundo pare de me ouvir, não que eu peça muitas coisas, mas como de costume, sempre peço socorro..
E aí eu pensei também que, é como acontece na vida real, por mais tristes, ou bravos, os pais sempre protegem, sempre escutam, e isso me aliviou, já que eu sei que os seus ouvidos, e braços, e paz, e tudo, estão sempre por perto..
Descobri que eu não gosto de falhar, dividi meu coração em raiva de mim mesma e vontade de tentar de novo, acho que vai dar certo, de um jeito sempre dá..

Aí andando pela Av. Jabaquara, eu vi um cara de cadeira de rodas, e ele tem dois cachorros, eles estavam embaixo do sol, e essa é a família dele, familia essa de um amor muito fiel e raro, mas aí eu fiquei me perguntanto 'será que ele também tem medo do mundo?', se tudo der errado, eu tenho como e pra onde correr, ele não..

Me senti covarde, o farol ficou verde, e eu segui...