quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

8:59

As paredes brancas que estão me cercando permanecem sem graça, todas as cadeiras estão ocupadas, mas tá faltando alguém, o céu ta azulzinho olhando pela janela, e as nuvens tem um formato engraçado, mas pra quem eu posso contar isso?
Tem um texto de TGA, uma tela aberta com besteiras, e uma outra com um monte de trabalho, tem um cliente me ligando e eu nao sei o que responder, poderia ser engano, mas sabe, voce nao tá atras do vidro, eu até sentei de costas pra ele, o que não faria se voce estivesse estrategicamente sentado na última salinha, porque eu nao perderia voce segurando o riso por nada nesse mundo.
Eu não domino nenhum assunto que se fala por aqui, pelo menos por enquanto.. ainda que dominasse, o que adianta? voce não tá aqui vendo meu progresso..
O seu jeito estranho de andar, misturado com suas gírias de velho, e um toquezinho moderno por algum motivo que eu ainda nao identifiquei, fazem muita falta no corredorzinho, e na cozinha, tem trakinas lá, mas voce não tá aqui..
Ontem choveu, e eu trouxe guarda-chuva, pq voce nao estaria aqui pra minha carona..
A gripe foi embora, e voce nem vai me ouvir rouca, preciso saber o significado de novas palavras, e saber mais algum dos seus restaurantes preferidos..

Sabe aquela cena do filme que a menina entra no elevador e o cara tá ouvindo Smiths? é tipo isso, parecia que tocava Smiths aqui o dia todo desde as 9:00 até as 16:30, ainda que o único som fosse o barulho do teclado..
Seus olhinhos só abriram as 8:59, mas espero que tenham amanhecido brilhando, como costuma ser..

deixa pra lá

De repente, estávamos lá, eu e minhas verdades frente a frente, eu pensei em sair correndo e me esconder de novo, porque ficar de frente com elas, me faz parecer uma criança assustada, e eu acabo inventando meias verdades pra substituir ou tirar a dor das verdadeiras.
Eu devo ser covarde, ou forte demais, talvez eu seja contraditória em tudo que disse até aqui, talvez alguém se encontre no meio da confusão, e se perca quando as coisas começam a se ajeitar..
Eu e o desabamento da estrutura sempre fomos aliados, mas algo sempre me puxa pro topo novamente, até que rápido se torna uma divertida roda gigante, onde por vezes eu fico cega, já nos próximos minutos enxergo toda a tragédia..
Sem dramas, ou emoções exageradas, os seres humanos tem sido mesmo uma grande tragédia, e me incluo nisso, te incluo nisso..
Há uma coleção de erros escondida comigo, embaixo da cama, no fundo do armário, na parte do cérebro que eu nem uso, no fundinho do coração onde para de doer, nas minhas unhas roídas e numa pilha de papel rasgado em algum lixo por aí..
Incrivelmente, meu coração continua pulsando, vez ou outra mais forte, continua cansado de cansar..
Deixa isso pra lá...