sexta-feira, 8 de março de 2013

E aquela lágrima foi por tudo que já tinha ido embora, por tudo que não existe mais.
Não existir mais, é ainda mais triste do que existir.
Não existe mais o barulho do ventilador que não me deixava dormir, não existe mais importância no horário que o relógio está marcando, não existe mais suco de tangerina e nem luz do banheiro acesa.
Naqueles segundos antes do fim ser anunciado, o tempo quase para, o chão quase some, a gente quase se convence..
No caminho de volta pra casa, caminhei em corda bamba, quase não me segurei, senti medo do fim, seguir meus passos em uma nova direção é assustador...
Feito criança perdida, acabo de entender que eu sempre soube o caminho de volta pra casa..
Por puro egoísmo eu não queria ir, mesmo sabendo que talvez o sol brilhasse mais forte lá fora..
Mesmo sabendo que a luz apagou, o coração gelou, a garganta engasgou, que a música parou...
O fim já era fim, antes mesmo de ser.
Era fim nas palavras, era fim no espaço da cama, era fim no bom dia..
Era o fim tão claro e calmo.
Faltou bagunça, faltou amor exagerado, presença implorada, esse tipo de coisa desnecessária que a gente faz quando ainda sobra um pouco de amor..
Pra nós, sobrou uma saudade bonita, sobrou o seu nome nos muros coloridos, sobrou tudo isso, só isso..
Recolhi os fragmentos de toda essa explosão, e foi tão pouco pro tanto que era.
Chegamos ao fim, e todo fim que se preze, só é realmente fim, se a vida continuar, sem doer...


Nenhum comentário:

Postar um comentário