Observem como o silêncio é bom, como a 'não resposta' responde muita coisa, eu não tô nem aí, eu tava ali, e olhei pro lado nos primeiros minutos do ano e, olha quem estava, o dedinho pra eu apertar, o olhar que não precisa falar, ainda que grite, e me faça gritar, não por mim, sempre por ela..
Por mim eu não ligo, por mim eu não faço, é bobo, talvez um bom escape, a imunidade sobre pre julgamentos e personalidades inversas veio com o tempo, e agora, quem é que se importa? as palavras feias que insistiam de uma forma bem chata em gritar no começo do dia, no final da noite, com sol, com chuva, elas nao me causam efeito, nem de longe, nem de perto, o silêncio é bom, permaneço assim, o silêncio é muito bom..
Ainda que existam milhões de motivos que me fazem querer gritar, eles não são por voce, o grito abafado no travesseiro era pelo orgulho infinito em ter um havaianas ao lado do meu, do mesmo número,e saber que sempre estará lá, ou pelos cuidados surpreendentes que recebi, e claro, os dois tipos de sorriso, em suas duas fases, que quase me enlouqueceram.
Um surto qualquer e bem feio, e transbordando arrependimento, pra voce reparar que eu estava ali, que a casa do canto direito, apesar de mais vazia, seria, e é, e vai continuar sendo o meu lugar preferido, e que apesar das goteiras e a agua entrando pelos pés e me fazendo sentir frio, eu estava em paz, e mesmo com o vizinho ao lado, querendo insistentemente me desequilibrar daquilo, são poucos que tem esse dom, e ainda mais agora, eu sei que são poucos mesmo, o silêncio era bom, o barulho era bom, a chuva não me assustou...
E essa noite, como o ser humano é estranho... essa noite, eu senti falta dos pés molhados, e do chão sem nada, minha cama pareceu grande demais, e quente demais, e longe demais..
Sigo no auge da paciência, e a culpa é sua.. me agarro nisso com força, me espelho na sua transe pra outro mundo quando o assunto é não se importar, e te copio, te detalho, te guardei no labirinto onde nem mesmo o meu cerébro sabe a saída, sendo assim..
Espero e torço pra que os próximos 361 dias não me façam esquecer, que existem coisas pelas quais a gente luta, e grita, e fica forte a vida inteira, e tantas outras, que não importam, o desapego seria útil, se fosse fácil, mas isso aí já faz parte de outro contexto, que me importa muito, e ficaria sem sentido dizer, já que as palavras estão se embaralhando por dentro, e saem um pouco bêbadas, de forma irregular, e bastante real, muito real, principalmente pra quem esteve por lá...